Competência específica - Leitura.
Descritores de desempenho - Ler com progressiva autonomia textos para: localizar a informação pretendida; responder a questões sobre o texto; compreender melhor; propor títulos para textos; fazer resumos.
Experiências de aprendizagem - Leitura do texto “O Pirata das Ilhas da Bruma” a partir da aplicação "livros digitais" disponível no blogue, pelo professor e recorrendo a estratégias específicas de "Antes" e "Durante a leitura"; Em pequenos grupos, resolução de exercícios sobre processos de compreensão; Apresentação do trabalho de grupo à turma e reflexão/debate sobre as respostas encontradas.
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Experiências de aprendizagem - Leitura do texto “O Pirata das Ilhas da Bruma” a partir da aplicação "livros digitais" disponível no blogue, pelo professor e recorrendo a estratégias específicas de "Antes" e "Durante a leitura"; Em pequenos grupos, resolução de exercícios sobre processos de compreensão; Apresentação do trabalho de grupo à turma e reflexão/debate sobre as respostas encontradas.
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Texto
Há muitos, muitos anos, as ilhas dos Açores eram constantemente visitadas por piratas que fingiam estar de passagem mas que, quando viam aproximar-se um navio grande cheio de riquezas,logo içavam a sua bandeira e atacavam gritando:
- Abordagem!
Enquanto uns lutavam com os marinheiros, outros tratavam de roubar arcas e moedas de ouro e de prata, caixas de jóias e pipas de madeira que serviam para transportar água e mantimentos, e às vezes também sedas, pérolas ou até pimenta e canela, que em tempos foram coisa rara e muito valiosa.
Os habitantes das ilhas assistiam de longe sem poder fazer nada.
Arrepiavam-se quando viam chamas sobre o mar porque isso significava incêndio a bordo.
- Coitados dos marinheiros!
- Deus queira que se consigam salvar agarrados a uma tábua!
- Malditos piratas!
Ora os piratas às vezes fartavam-se de estar à espera que aparecesse um navio e então desembarcavam para pilhar, roubar e aterrorizar as pessoas sem dó nem piedade.
Nenhuma das nove ilhas escapava à fúria ocasional da pirataria.
Receando os assaltos, era comum ficar alguém a vigiar para, caso navios suspeitos se aproximassem de terra, alertar os vizinhos. Nessa altura homens, mulheres e crianças reuniam apressadamente o que tinham de bom e corriam para o interior tentando esconder-se nos montes.
O pior é que na volta encontravam casas saqueadas, portas rebentadas, janelas escaqueiradas. E os animais desaparecidos ou soltos pelos campos mugindo, ladrando ou miando de susto por se terem cruzado com homenzarrões que falavam línguas estranhas, vestiam roupas esquisitas, alguns com turbantes na cabeça e símbolos desconhecidos ao pescoço.
- De onde virá esta gente?
- Eu cá não sei, mas uma coisa é certa, não vêm todos do mesmo lugar!
- Tem razão, senhora. Hão-de vir de sítios muito variados. Pena que não vão para outras bandas e nos deixem em paz!
Pode parecer extraordinário mas, na verdade, se acabou por haver um período de calma foi graças a um pirata francês chamado Laplace que uma noite, navegando por entre as brumas, percebeu que estava rodeado de ilhas por todos os lados. Uma dessas ilhas era tão alta que furava as nuvens e tinha um pico apontar o céu. Em frente, uma outra mais pequena, comprida e estreita, lembrava um crocodilo que dormisse descansado à tona da água. Adiante, outra ainda, oferecendo o mais fantástico porto de abrigo a qualquer homem do mar.
Tão contente ficou Laplace, que se pôs a cantar e a dançar no convés:
- Eu sou o pirata das ilhas da bruma!
- Aqui manda esta espada e mais nenhuma!
Enquanto Laplace circulou entre as três ilhas, nenhum outro pirata se atreveu a desafiá-lo.
Certo dia, o céu explodiu numa tempestade pavorosa. Caíam raios e coriscos, rimbombavam trovões, chovia a potes, erguiam-se as ondas, soprava o vento enlouquecido.
O barco de Laplace, já sem vela e com os mastros partidos, foi arrastado, girou em remoinho, por pouco não se afundou e acabou por encalhar junto de uma ilha que ele não conhecia. Ansioso por pisar terra firme, e sem outra maneira de lá chegar, partiu a nado. Assim que pisou o chão, encheu o peito de ar satisfeitíssimo.
-Que graça! – pensou, sem saber ainda que aquela ilha se chamava Graciosa. – Que calma, que bem me sinto aqui!
- Abordagem!
Enquanto uns lutavam com os marinheiros, outros tratavam de roubar arcas e moedas de ouro e de prata, caixas de jóias e pipas de madeira que serviam para transportar água e mantimentos, e às vezes também sedas, pérolas ou até pimenta e canela, que em tempos foram coisa rara e muito valiosa.
Os habitantes das ilhas assistiam de longe sem poder fazer nada.
Arrepiavam-se quando viam chamas sobre o mar porque isso significava incêndio a bordo.
- Coitados dos marinheiros!
- Deus queira que se consigam salvar agarrados a uma tábua!
- Malditos piratas!
Ora os piratas às vezes fartavam-se de estar à espera que aparecesse um navio e então desembarcavam para pilhar, roubar e aterrorizar as pessoas sem dó nem piedade.
Nenhuma das nove ilhas escapava à fúria ocasional da pirataria.
Receando os assaltos, era comum ficar alguém a vigiar para, caso navios suspeitos se aproximassem de terra, alertar os vizinhos. Nessa altura homens, mulheres e crianças reuniam apressadamente o que tinham de bom e corriam para o interior tentando esconder-se nos montes.
O pior é que na volta encontravam casas saqueadas, portas rebentadas, janelas escaqueiradas. E os animais desaparecidos ou soltos pelos campos mugindo, ladrando ou miando de susto por se terem cruzado com homenzarrões que falavam línguas estranhas, vestiam roupas esquisitas, alguns com turbantes na cabeça e símbolos desconhecidos ao pescoço.
- De onde virá esta gente?
- Eu cá não sei, mas uma coisa é certa, não vêm todos do mesmo lugar!
- Tem razão, senhora. Hão-de vir de sítios muito variados. Pena que não vão para outras bandas e nos deixem em paz!
Pode parecer extraordinário mas, na verdade, se acabou por haver um período de calma foi graças a um pirata francês chamado Laplace que uma noite, navegando por entre as brumas, percebeu que estava rodeado de ilhas por todos os lados. Uma dessas ilhas era tão alta que furava as nuvens e tinha um pico apontar o céu. Em frente, uma outra mais pequena, comprida e estreita, lembrava um crocodilo que dormisse descansado à tona da água. Adiante, outra ainda, oferecendo o mais fantástico porto de abrigo a qualquer homem do mar.
Tão contente ficou Laplace, que se pôs a cantar e a dançar no convés:
- Eu sou o pirata das ilhas da bruma!
- Aqui manda esta espada e mais nenhuma!
Enquanto Laplace circulou entre as três ilhas, nenhum outro pirata se atreveu a desafiá-lo.
Certo dia, o céu explodiu numa tempestade pavorosa. Caíam raios e coriscos, rimbombavam trovões, chovia a potes, erguiam-se as ondas, soprava o vento enlouquecido.
O barco de Laplace, já sem vela e com os mastros partidos, foi arrastado, girou em remoinho, por pouco não se afundou e acabou por encalhar junto de uma ilha que ele não conhecia. Ansioso por pisar terra firme, e sem outra maneira de lá chegar, partiu a nado. Assim que pisou o chão, encheu o peito de ar satisfeitíssimo.
-Que graça! – pensou, sem saber ainda que aquela ilha se chamava Graciosa. – Que calma, que bem me sinto aqui!
Mariana Bradford, Mariana Magalhães e Joana Medeiros
O Pirata das Ilhas da Bruma, Caminho, 2006
Responde ao que te é pedido sobre o texto que acabaste de ler, de acordo com as orientações dadas.